segunda-feira, 6 de abril de 2009

SORRIA! É APENAS UMA PIADA!


Zurzir, zurzir, zurzir


"Vossa Excelência não pode deixar o seu generoso coração falar mais alto. Chegou a hora de zurzir com força nessa escumalha.
Vossa Excelência, senhor presidente do Conselho, tem toda a razão. Não tenha meias-medidas, nem deixe que o seu generoso coração amoleça por um instante. É preciso zurzir em todos esses infiéis que andam por aí desalmadamente a pôr em causa as suas virtudes e as suas obras, realizadas em nome da Pátria e dos valores nacionais e socialistas. O desaforo não tem limites. Primeiro puseram em causa os projectos que Vossa Excelência executou com sabedoria e enorme generosidade para uma gentinha que nunca na vida sonhou viver debaixo de um tecto concebido por tão excelsa figura.
Com que orgulho tais almas falam a vizinhos, amigos, filhos e netos dessas magníficas obras de arte concebidas por Vossa Excelência nas profundezas da Pátria e guardam com zelo os riscos e rabiscos desenhados por alguém que, contra ventos e marés, em boa hora chegou a presidente do Conselho. Não contentes com o desaforo, vieram lançar suspeitas sobre as obras que Vossa Excelência concebeu por esta terra de Santa Maria para acabar com a vergonha das lixeiras a céu aberto. Gente safada, sem vergonha, cheia de inveja, digna de um sítio manhoso, pobre, hipócrita e cada vez mais mal frequentado que foi capaz de atirar lama para a licenciatura em Engenharia Civil de Vossa Excelência. Pobre gente, pobres almas que nem perceberam o alto significado do diploma ter sido assinado a um Domingo, glorioso dia do Senhor. Sim, poucos por este mundo de Cristo se podem gabar de tal façanha.
É um prenúncio, é Deus a mostrar-nos que temos ao leme da Pátria o Homem que nos vai levar a dobrar de novo o Cabo das Tormentas. Pobre gente, pobres almas que, desesperadas com a sua força e perseverança, vêm agora lançar suspeitas sobre um grande empreendimento que Vossa Excelência aprovou rapidamente e em força em nome de Portugal e da Santa Aliança com a bendita Inglaterra que tantas e tantas vezes nos salvou dos nossos inimigos. Não há perdão, não há redenção, não há fogo do Inferno que chegue para castigar essa gentinha que anda por aí a enlamear Vossa Excelência e a sua bem aventurada família, não poupando nada nem ninguém, nem a sua excelsa mãezinha, nesta corrida cega para o abismo. É por isso que Vossa Excelência não pode deixar o seu generoso coração falar mais alto. Chegou a hora de zurzir com força nessa escumalha que usa a pena e a língua venenosa para o enxovalhar, nosso querido e amado grande líder."
António Ribeiro Ferreira no CM

2 comentários:

Anónimo disse...

Não te esqueça que ele é o autor desta linda prosa, abaixo:

24 Novembro 2008 - 09h00

Estado do Sítio
Senhores doutores
Vamos a factos. O sítio apresenta os piores resultados da Europa no Ensino Básico e no Secundário. É evidente que a culpa pode ser do gato, do cão, do piriquito, dos Governos, dos ministros, da democracia.




É evidente que a culpa nunca pode ser dos professores, muitas vezes licenciados em universidades da treta, com cursos da treta, com diplomas da treta, que arranjaram emprego na escola pública. É evidente que a culpa nunca pode ser dos professores que sem saber ler, escrever e fazer contas arranjaram um modo de vida no ensino do Estado. É evidente também que os pais que colocam os filhos no ensino público, por falta de dinheiro ou de vagas nas boas escolas privadas, não têm o direito de apontar o dedo aos muitos maus professores que o Estado deixou entrar no ensino público e ainda por cima são obviamente culpados por não terem tempo ou conhecimentos para ensinar as criancinhas em casa.

Por culpa de ministros, Governos e talvez mesmo da democracia acontece que o ensino público chegou à desgraça que todos conhecem. Acontece que por medo, omissão ou demissão de muitos responsáveis políticos, o Ministério da Educação e as escolas ficaram entregues exclusivamente aos professores e seus sindicatos, que fizeram até agora o que queriam e bem entendiam no ensino público. Acontece que em 2005 chegou à 5 de Outubro uma professora universitária, mulher de esquerda com muito mau feitio, que arregaçou as mangas e se dispôs a salvar o ensino público do descalabro.

Contra ventos e marés da esquerda e de alguma direita, obrigou os professores a estar mais tempo nas escolas, obrigou-os a dar aulas de substituição, mudou um escandaloso estatuto da carreira docente cheio de privilégios e mordomias e, desaforo dos desaforos, quer saber quem é quem no sistema de ensino, isto é, quer saber quem são os maus, os medíocres, os bons e os excelentes professores que preparam as gerações futuras deste sítio pobre, infeliz, manhoso, hipócrita, corrupto e cada vez mais mal frequentado.

A reacção não se fez esperar com protestos, vigílias, mentiras, sofismas e as sucessivas tentativas de destruir o que uma senhora professora universitária, uma mulher de esquerda com muito mau feitio quer construir na Educação. Mas a verdade está à vista e só não a vê quem não quer. Podem ser 100, 120 ou 15o mil aos gritos nas ruas de Lisboa. Muitos professores têm medo de ser avaliados e não querem trabalhar. Ponto.

António Ribeiro Ferreira, Jornalis

Hurtiga disse...

Esqueci-me, pois claro que me esqueci. Que é o mesmo que dizer: não tinha lido...

Obrigada pelo aviso. Sabujo uma vez, sabujo sempre!